segunda-feira, 21 de maio de 2007


Tudo que faço ou medito

Fica sempre na metade

Querendo, quero o infinito.

Fazendo, nada é verdade.


Que nojo de mim me fica

Ao olhar para o que faço!

Minha alma é lúdica e rica,

E eu sou um mar de sargaço


— Um mar onde bóiam lentos

Fragmentos de um mar de além...

Vontades ou pensamentos?

Não o sei e sei-o bem.



Fernando Pessoa

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